sábado, 4 de junho de 2016

Por fim o meu Imaculado Coração triunfará (palavras de N. Senhora de Fátima).


Um coração igual ao Teu (Padre Fábio de Melo)

Quando alguém me ofender
Quando alguém me machucar com gesto ou palavra
Vou olhar na direção do Teu amor e dizer:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores, que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!

Quando a dor da traição, quando a cruz da solidão pesar sobre os ombros
Vou andar na direção do Teu altar e pedir:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!

Quando alguém me injustiçar
Quando me caluniar com o peso do ódio
Vou buscar a luz que nasce do Teu peito e dizer:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão.
Dá-me um novo coração!

Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!



quinta-feira, 2 de junho de 2016

São Gregório Magno: A Igreja e a aurora

Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa, século VI.
(Lib. 29,2-4:PL76,478-480)            

A Igreja adianta-se qual o despontar da aurora

            A madrugada ou aurora é o tempo da passagem das trevas para a luz. Portanto, é muito justo dar estes nomes à Igreja de todos os eleitos. Pois, conduzida da noite da infidelidade à luz da fé, qual aurora depois das trevas, ela se abre para o dia com o esplendor da caridade celeste. O Cântico dos Cânticos bem o diz: Quem é esta que se adianta qual aurora nascente? Indo em busca dos prêmios da vida celeste, a Santa Igreja é chamada aurora porque abandonou as trevas dos pecados e começou a refulgir com a luz da justiça.
            Sobre esta qualidade de ser madrugada ou aurora, temos algo a pensar com mais sagacidade. A aurora e a madrugada anunciam ter passado a noite, no entanto, ainda não mostram toda a claridade do dia: repelem aquela, acolhem este, e, enquanto isto, as trevas e a luz se misturam. Que somos nós nesta vida, nós que seguimos a verdade, a não ser aurora ou madrugada? Já havendo realizado algo que pertence à luz, no entanto, ainda não nos libertamos inteiramente das trevas. Pelo Profeta foi dito a Deus: Diante de ti, nenhum vivente é justo. E em outro lugar: Em muitas coisas falhamos todos.
            Por isso, quando Paulo diz: Passou a noite; não acrescenta logo: Chegou o dia, mas: dia se aproximou. Ao dizer que, passada a noite, o dia não veio mas se aproximou, demonstra, sem qualquer dúvida, estar ainda na aurora, depois das trevas e antes do sol.
            A Santa Igreja dos eleitos será então plenamente dia quando já não houver nela sombra de pecado. Será então plenamente dia quando for clara pelo perfeito ardor da luz em seu íntimo. Bem se mostra estar a aurora como que de passagem, nas palavras: E mostrastes à aurora seu lugar. Aquele a quem se mostra seu lugar é chamado daqui para ali, é claro. Qual é então o lugar da aurora, a não ser a perfeita claridade da visão eterna? Quando, conduzida, lá chegar, nada mais lhe restará das passadas trevas da noite. A aurora apressa-se em alcançar seu lugar, no testemunho do Salmista: Minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei e aparecerei diante da face de Deus? A este lugar já conhecido a aurora apressava-se a chegar, quando Paulo dizia ter o desejo de morrer e estar com Cristo. E de novo: Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro.