quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Sétima Antífona do Ó: Ó Emanuel - Sexta-feira, 23 de dezembro

Ó Emanuel: Deus-conosco, nosso Rei Legislador, esperança das nações e dos povos salvador: vinde enfim para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!

O Emmánuel, rex et légifer noster, exspectátio géntium et salvátor eárum: veni ad salvándum nos, Dómine Deus noster.


Sexta Antífona do Ó: Ó Rei das nações - quinta-feira, 22 de dezembro

Ó Rei das nações. desejado dos povos; ó pedra angular, que os opostos unis: oh, vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra!

O Rex géntium et desiderátus eárum, lapísque anguláris, qui facis útraque unum: veni et salva hóminem, quem de limo formásti.



Quinta Antífona do Ó: Ó Sol nascente da justiça - Quarta-feira, 21 de dezembro

Ó Oriente, resplendor da Luz eterna e sol da justiça: oh, vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e, na sombra da morte, estão sentados.

O Oriens, splendor lucis ætérnæ et sol iustítiæ: veni, et illúmina sedéntes in ténebris et umbra mortis.


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Quarta Antífona do Ó: Ó Chave de Davi - terça-feira, 20 de dezembro.

Ó Chave de Davi, ó cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha; fechais e ninguém abre: vinde e libertai da prisão o cativo assentado nas trevas e à sombra da morte.

O Clavis David, et sceptrum domus Israel; qui áperis, et nemo claudit; claudis, et nemo áperit: veni et educ vinctum de domo cárcerís, sedéntem in ténebris et umbra mortis.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Terceira Antífona do Ó: Ó Raiz de Jessé - Segunda-feira, 19 de dezembro

"Ó Raiz de Jessé, ó estandarte, levantado em sinal para as nações! Ante vós se calarão os reis da terra, e as nações implorarão misericórdia: Vinde salvar-nos! Libertai-nos sem demora!"

O Radix Iesse, qui stas in signum populórum, super quem continébunt reges os suum, quem gentes deprecabúntur: veni ad liberándum nos, iam noli tardáre.





domingo, 18 de dezembro de 2016

Segunda Antífona do Ó: Ó Adonai - Domingo, 18 de dezembro.

"Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos com o braço poderoso!"

O Adonái et dux domus Israel, qui Móysi in igne flammæ rubi apparuísti, et ei in Sina legem dedísti: veni ad rediméndum nos in brácchio exténto.



sábado, 17 de dezembro de 2016

Primeira antífona do Ó: Ó Sabedoria - Sábado, 17 de dezembro.

"Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo, e atingis os confins de todo o universo, e com força e suavidade governais o mundo inteiro! Vinde ensinar-nos o caminho da prudência."

O Sapiéntia, quæ ex ore Altíssimi prodísti, attíngens a fine usque ad finem, fórtiter suavitérque dispónens ómnia: veni ad docéndum nos viam prudéntiæ.





terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Sair do pecado e entrar no Reino de Deus

Isaac da Estrela (? - c. 1171), monge cisterciense
1.º Sermão para o 2.º domingo da Quaresma


Irmãos, chegou a hora de cada um de nós sair do seu pecado. Afastemo-nos da nossa Babilônia, para irmos ao encontro de Deus nosso Salvador, como nos advertiu o profeta: «Prepara-te, Israel, para o encontro com o teu Senhor, pois Ele vem!» (Am 4,12). Afastemo-nos do abismo do nosso pecado e aceitemos partir em direção ao Senhor, que assumiu «uma carne semelhante à do pecado» (Rom 8,3). Então encontraremos Cristo, Aquele mesmo que expiou o pecado que nunca cometera. Então, Aquele que salva os penitentes dar-nos-á a salvação, pois «Ele é misericordioso para com os que se convertem» (Sir 12,3). 

Dir-me-eis: «Mas quem pode sair sozinho do pecado?» Sim, na verdade, o maior pecado é o desejo de pecar. Afasta-te, pois, desse desejo, odeia o pecado e eis-te livre dele. Se odiares o pecado, terás encontrado a Cristo, lá onde Ele Se encontra. A quem odeia o pecado Cristo perdoa as faltas, esperando erradicar os nossos maus hábitos. 

Mas dizeis que mesmo isso é muito para vós e que, sem a graça de Deus, é impossível o homem odiar o seu pecado e desejar a justiça. «Que o Senhor seja louvado pela sua misericórdia, pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!» (Sl 106,8). [...] Ó Senhor de mão poderosa, Jesus omnipotente, vem libertar a minha razão cativa do demónio da ignorância e arrancar da minha vontade doente a peste das suas ambições. Liberta as minhas capacidades, a fim de que eu possa agir com força, como desejo de todo o meu coração. 


domingo, 4 de dezembro de 2016

TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS) - Versão da Liturgia das Horas

 
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
 
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
 
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
 
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
 
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
 
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
 
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
 
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
 
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
 
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
 
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
 
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
 
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
 
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
 
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
 
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
 
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

«Então Jesus tocou-lhes nos olhos»

Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego.
Hino 27, 116-124.128-132.138-149

Procuremos o único que nos pode dar a liberdade; persigamo-Lo sem cessar com o nosso desejo, a Ele, cuja beleza fere os corações, que os atrai pelo amor e os une a Si para sempre. Sim, pelas nossas ações corramos todos para Ele. Não nos deixemos ultrapassar por ninguém, nem enganar-nos ou distrair-nos na nossa procura pelo que quer que seja. 

Sobretudo [...], não digamos que Deus nunca manifesta a sua presença aos homens. Não digamos que é impossível aos homens verem um dia a luz de Deus - e até verem-na hoje. Nunca, graças a Deus, isso foi impossível, desde que o desejemos. Compreendamos a beleza do nosso Mestre! Não Lhe fechemos os olhos do nosso coração, deixando-nos absorver pelas realidades deste mundo. Sim, que o cuidado com as coisas da Terra não nos torne escravos da glória humana, a ponto de nos fazer abandonar Aquele que é a luz da vida eterna. 

Vamos, pois, todos juntos até Ele, com um mesmo coração, com um mesmo espírito, com toda a nossa alma. Humildemente, lancemos o nosso grito, a Ele que é o nosso bom Mestre, o nosso Senhor misericordioso, a Ele que é o «único amigo dos homens» (Sb 1,6). Procuremo-Lo porque Ele vai revelar-Se a nós, vai aparecer, vai manifestar-Se, Ele que é a nossa esperança.


sábado, 5 de novembro de 2016

Cântico das Criaturas (Poema de São Francisco de Assis)




Altíssimo e onipotente Bom Senhor,
Teus são os louvores, a glória, a honra e toda a bênção,
A Ti somente, Altíssimo, lhes convém
E nenhum homem é digno de te imitar.
Louvado sejas, meu Senhor, por todas as Tuas criaturas,
Especialmente o senhor irmão sol,
O qual faz o dia e por ele alumia
E ele é belo, radiante, com grande esplendor de Ti.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua,
Pelas estrelas que no céu formaste, claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento,
Pelo ar, pela nuvem, pelo sereno e todo tempo
Pelo qual dás às tuas criaturas o sustento.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
A qual nos é muito útil, úmida, preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
Pelo qual iluminas a noite, ele é belo robusto e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a mãe terra,
A qual nos sustenta, governa e produz diversos frutos,
Flores coloridas e ervas. (2x)
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal,
Da qual nenhum vivente pode escapar.
Bendito aquele que se encontra na Tua santíssima vontade
Ao qual a morte não fará mal.
Louvai e bendizei o meu Senhor,
Agradeça e sirva com grande humildade.
Louvai e bendizei o meu Senhor,
Agradeça e sirva com grande humildade.
Louvai e bendizei o meu Senhor,
Agradeça e sirva com grande humildade.
Louvai e bendizei o meu Senhor,
Agradeça e sirva com grande humildade.
Louvai e bendizei o meu Senhor.
Agradeça e sirva com grande humildade.
Louvai e bendizei o meu Senhor...
Louvai e bendizei o meu Senhor...
Louvai e bendizei o meu Senhor...
(...)

VERBUM PANIS - Ministério de Amor e Adoração


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

EXORTAÇÃO DE SÃO FRANCISCO AOS IRMÃOS E IRMÃS SOBRE A PENITÊNCIA



































Em nome do Senhor!


Dos que fazem penitência

Todos os que amam o Senhor, "de todo coração, de toda a alma e de toda a mente, com todas as suas forças" (Mc 12,30) e "amam o seu próximo como a si mesmos" (Mt 22,39), e odeiam o próprio corpo com seus vícios e pecados, e que recebem o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e fazem dignos frutos de penitência: quão felizes são estes e estas que assim agirem e perseverarem até o fim, porque "sobre eles repousará o Espírito do Senhor" (Is 11,2) e Ele fará neles sua habitação e sua "morada" (Jo 14,23), e eles são filhos do Pai celestial (Mt 5,45) cujas obras fazem e são esposos, irmãos e mães de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 12,50).
Somos esposos, quando a alma fiel está unida a Nosso Senhor Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Somos seus irmãos, quando fazemos "a vontade do Pai, que está nos céus" (Mt 12,50). Somos mães, quando o trazemos em nosso coração e em nosso corpo (1Cor 6,20) pelo amor divino e por uma consciência pura e sincera; e o damos à luz pelas obras santas que, pelo exemplo, devem ser luz para os outros (Mt 5,16).
Como é honroso ter no céu um Pai santo e grandioso! Como é santo ter um tal esposo, consolador, belo e admirável Como é santo e como é amável ter um tal irmão e um tal filho agradável, humilde, pacífico, doce, amorável e sobre todas as coisas desejável: Nosso Senhor Jesus Cristo que entregou sua vida por suas ovelhas (Jo 10,15) e por nós orou ao Pai, dizendo: "Pai santo, guarda-os em teu nome (Jo 17,11), os que me deste no mundo; eram teus, mas tu m’os deste (Jo 17,6). E as palavras que me deste, eu as dei a eles e as receberam e creram em verdade que saí de ti e conheceram que tu me enviaste" (Jo 17,8). Rogo por eles, "não pelo mundo" (Jo 17,9). Abençoa-os e "santifica-os" (Jo 17,17) e "por eles eu próprio me santifico" (Jo 17,19). "Não rogo somente por eles, mas também por quantos hão de crer em mim mediante a palavra deles (Jo 17,20), para que sejam santificados na unidade (Jo 17,23), como nós" (Jo 17,11). "Pai, quero que, onde eu estou, eles estejam comigo para que vejam a minha glória (Jo 17,24) no teu reino" (Mt 20,21). Amém.


Dos que não fazem penitência

Todos aqueles e aquelas que não vivem em espírito de penitência e não recebem o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, e praticam vícios e pecados, e caminham atrás da má concupiscência e dos maus desejos da sua carne e não cumprem o que prometeram ao Senhor e com seu corpo servem ao mundo, aos desejos carnais, às solicitudes deste mundo e às preocupações desta vida: dominados pelo demônio, do qual são filhos e cujas obras praticam (Jo 8,41), estão cegos, porque não reconhecem a verdadeira luz, Nosso Senhor Jesus Cristo. Não possuem a sabedoria espiritual porque não têm o Filho de Deus, que é a verdadeira sabedoria do Pai; dos quais está escrito: "A sabedoria deles foi devorada" (S1 106,27) e: "Malditos os que se afastam dos teus mandamentos" (S1 118,21).
Percebem e reconhecem, têm consciência e praticam o mal e perdem deliberadamente suas almas. Reparai, ó cegos, iludidos por vossos inimigos: pela carne, pelo mundo e pelo demônio; porque é agradável ao corpo praticar o pecado, e amargo fazê-lo servir a Deus, porque todos os vícios e pecados "saem do coração do homem e de lá procedem" como diz o Senhor no Evangelho (Mc 7,21).
E nada tendes de bom neste mundo, nem no futuro. E julgais possuir por longo tempo as coisas deste mundo, mas estais enganados, porque virá o dia e a hora na qual não pensais, que desconheceis e ignorais. O corpo adoece, a morte se avizinha e assim o homem morre de uma morte infeliz. E onde, quando e de tal modo como venha a morrer um homem em pecado mortal, sem penitência e reparação - e ele pôde fazer penitência mas não a fez o demônio lhe arranca a alma do corpo sob tal angústia e medo, que ninguém é capaz de conhecer, senão aquele próprio que o experimenta. E ser-lhes-ão tirados (cf. Lc 18; Mc 4 25) todos os talentos e os poderes e a ciência e a sabedoria (2Cr 1,12) que julgavam possuir. E deixam os seus bens parentes e aos amigos e depois que estes se apoderam deles e os distribuíram entre si disseram: Maldita seja a sua alma, porque pôde ter dado e ganho mais para nós do que aquilo que conseguiu. 0 corpo, comem-no os vermes e assim eles perderam o corpo e a alma neste mundo passageiro, e irão para o inferno, onde serão atormentados para sempre.
Ao conhecimento de todos quantos chegar esta carta, rogamos, por aquele amor que é Deus (1Jo 4,16), que recebam benignamente estas palavras odoríferas de Nosso Senhor Jesus Cristo. E os que não sabem ler, façam-nas ler muitas vezes; e guardem-nas na memória, pondo-as santamente em prática até o fim, pois elas são "espírito e vida" (Jo 6,64). E os que não o fizerem, terão de prestar "contas no dia do juízo" (Mt 12,36), "perante o tribunal" de Nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 4,10).


Esser K., Opuscula S. Patris Francisci.
Editiones Colegii S. Bonaventurae, Ad
Claras Aquas, Grottaferrata, 1978, pp. 108-112.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Finados 2016

Casper David Fridrich - Cemitério do mosteiro sob a neve - 1817/1818

Hino da Vésperas (Comemoração de todos os fiéis defuntos)


Cristo, Rei de poder infinito,
para dar toda a glória a Deus Pai,
e honra a nós, os perdidos outrora,
as cadeias da morte quebrais.

Assumindo dos homens as dores,
enfrentastes a dor derradeira
e, morrendo, vencestes a morte,
pela qual a serpente vencera.

Do sepulcro surgindo mais forte
no fulgor do mistério pascal,
para a vida chamais novamente
quem morreu para a culpa fatal.

Concedei-nos a vida da graça,
para que, ao voltar como Esposo,
nos acheis com a lâmpada acesa,
prontos para o festim glorioso. 

Recebei-nos, sereno Juiz,
no descanso e na luz da verdade,
nós, que a fé, o amor, a esperança
sempre uniram à Santa Trindade.

Estes servos, libertos do corpo,
que suspiram por vós, Sumo Bem,
recebei nas celestes moradas
para sempre a louvar-vos. 
Amém.

Finados 2016

Casper David Friedrich - Entrada do cemitério -1824/1826
Da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
15, 12-34

Irmãos: Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também é inútil a vossa fé. E nós aparecemos como falsas testemunhas de Deus, porque damos testemunho contra Deus, ao afirmar que Ele ressuscitou Jesus Cristo, quando de fato não ressuscitou, a ser verdade que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, ainda estais nos vossos pecados; e assim, os que morreram em Cristo também se perderam. Se é só para a vida presente que temos posta em Cristo a nossa esperança, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não. Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo todos serão restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus, seu Pai, depois de ter aniquilado toda soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, “porque Deus tudo submeteu debaixo dos seus pés». Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido, é claro que se exceptua Aquele que tudo Lhe submeteu.

Formastes-me da terra, revestistes-me de carne: Senhor, meu Rendentor, ressuscitai-me no último dia (Antífona, Ofício dos mortos)


sábado, 16 de julho de 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Da Regra de São Bento (abade, século VI)

Nada absolutamente prefiram a Cristo

            Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por ele. Pois já tendo se dignado contar-nos entre o número de seus filhos, que ele nunca venha a entristecer-se por causa de nossas más ações. Assim, devemos em todo tempo pôr a seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que, como pai irado, venha a deserdar seus filhos; ou também, qual Senhor temível, irritado com os nossos pecados nos entregue ao castigo eterno, como péssimos servos que o não quiseram seguir para a glória.
            Levantemo-nos, enfim, pois a Escritura nos desperta dizendo: Já é hora de levantarmos do sono (cf. Rm 13,11). Com os olhos abertos para a luz deífica e os ouvidos atentos, ouçamos a exortação que a voz divina nos dirige todos os dias:Oxalá, ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações (Sl 94,8); e ainda: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 2,7).
            E o que diz ele? Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor (Sl 33,12). Correi, enquanto tendes a luz da vida, para que as trevas não vos alcancem (cf. Jo 12,35).
            Procurando o Senhor o seu operário na multidão do povo ao qual dirige estas palavras, diz ainda: Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (Sl 33,13). E se tu, ao ouvires este convite, responderes: Eu, dir-te-á Deus: Se queres possuir a verdadeira e perpétua vida, afasta a tua língua da maldade, e teus lábios, de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho (Sl 33,14-15). E quando fizeres isto, então meus olhos estarão sobre ti e meus ouvidos atentos às tuas preces; e antes mesmo que me invoques, eu te direi: Eis-me aqui (Is 58,9.
            Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos, do que esta voz do Senhor que nos convida? Vede como o Senhor, na sua bondade, nos mostra o caminho da vida!
            Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver aquele que nos chama a seu reino (cf. 1Ts 2,12). Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse reino, é preciso correr pelo caminho das boas ações; de outra forma, nunca chegaremos lá.
            Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus. É este zelo que os monges devem pôr em prática com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10). Tolerem pacientissimamente as suas fraquezas, físicas ou morais; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure o que julga útil para si, mas sobretudo o que o é para o outro; ponham em ação castamente a caridade fraterna; temam a Deus com amor; amem o seu abade com sincera e humilde caridade; nada absolutamente prefiram a Cristo; e que ele nos conduza todos juntos para a vida eterna.


domingo, 10 de julho de 2016

TERÇO DAS 30 SÚPLICAS

Estrutura descritiva:

30 contas de um terço, pode ser um terço velho que se quebrou, corte-o separando 30 contas ou use o seu terço normal contando 30 contas seguidas. Ou então utilize o terço pequeno de 10 contas. O número 3 evoca a Santíssima Trindade, multiplicado por 10 simboliza a força do amor trinitário. Em média, leva-se 3 minutos para rezar esse terço. Reze-o o máximo que você puder durante o dia, sobretudo nos momentos de maior aflição ou tentação.

     Inicie com Sinal da Cruz:

Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

     Faça a seguir a jaculatória da oração ensinada pelo Anjo de Portugal aos três pastorezinhos em Fátima (Lúcia, Francisco e Jacinta):

Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Amém.

    Repita 30 vezes a oração que Deus lhe inspirar. Olhe para o seu coração e peça que Deus lhe diga o que deve rezar, pode ser uma frase de louvor, um pedido pessoal ou para alguém que necessita de uma graça, pode ser uma frase bíblica que te marcou, pode-se implorar a salvação e o perdão dos pecados. O importante é que você escolha uma frase ou uma oração que esteja de acordo com suas necessidades físicas, psíquicas ou espirituais daquele momento, que seja curta o suficiente para que você não se esqueça. Começe sempre, como faziam os cristãos antigos, pela invocação do nome de Jesus:
Exemplos:
Jesus, que teu nome seja bendito pelos séculos dos séculos.
Jesus, olhai para a saúde de...
Jesus, convertei os pobres pecadores.
Jesus, ajudai-me a não mais pecar.
Jesus, protegei-me do maligno.
Jesus, peço pela conversão de...
Jesus, .....sua súplica....

     Para finalizar faça a invocação à Virgem Maria e a São José:

Ó Virgem, Mãe de Misericórdia, Rainha do Céu e da Terra, Refúgio dos Pecadores, Consolo dos Aflitos, Auxílio dos Cristãos, Porta do Céu, rogai por nós agora e na hora de nossa morte.

São José, Castíssimo Esposo da Virgem Maria, Protetor da Santa Igreja, Terror do demônio, rogai por nós e valei-nos em nossas tribulações.

     Termine com o Glória.

 Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém!



quarta-feira, 22 de junho de 2016

Hino das Vésperas

Devagar, vai o sol se escondendo, 
deixa os montes, o campo e o mar, 
mas renova o presságio da luz, 
que amanhã vai de novo brilhar. 

Os mortais se admiram do modo 
pelo qual, generoso Senhor, 
destes leis ao transcurso do tempo, 
alternância de sombra e fulgor.

Quando reina nos céus o silêncio 
e declina o vigor para a lida, 
sob o peso das trevas a noite 
nosso corpo ao descanso convida. 

De esperança e de fé penetrados, 
saciar-nos possamos, Senhor, 
de alegria na glória do Verbo 
que é do Pai o eterno esplendor. 

Este é o sol que jamais tem ocaso 
e também o nascer desconhece. 
Canta a terra, em seu brilho envolvida, 
nele o céu em fulgor resplandece. 

Dai-nos, Pai, gozar sempre da luz 
que este mundo ilumina e mantém, 
e cantar-vos, e ao Filho, e ao Espírito, 
canto novo nos séculos. Amém.





sábado, 11 de junho de 2016

Quem me segurou foi Deus - Diácono Nelsinho Correa

Quem me segurou foi Deus com seu amor de Pai
Quem me segurou foi Deus
Quem cuidou de mim foi Deus com seu amor de Pai
Quem me amparou foi Deus

Eu quis ser fiel e o pecado como um fel
Amargurou meu coração
Daí eu quis fugir, da vida desistir, Deus não deixou

Quem me segurou foi Deus com seu amor de Pai
Quem me segurou foi Deus
Quem me compreendeu foi Deus
Quando eu chorei demais
Quando se perde alguém parece
que se perde a paz

Ele também chorou quando Lázaro morreu
E se compadeceu, chora comigo a minha dor
Mas ressuscita a alegria e o amor


Vós sois a luz do mundo - São Cromácio de Aquileia

Dos Tratados sobre o Evangelho de São Mateus, de São Cromácio, bispo, século IV
                                                     (Tract. 5,1.3-4: CCL 9,405-407)           

            Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa (Mt 5,14-15). O Senhor chamou seus discípulos de sal da terra, porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E também os chamou de luz do mundo porque, iluminados por ele, verdadeira e eterna luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas.
            O Senhor é o sol da justiça; é, por conseguinte, com toda razão que chama seus discípulos luz do mundo; pois é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do seu próprio conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do erro, manifestando a luz da verdade.
            Iluminados por eles, também nós passamos das trevas para a luz, como afirma o Apóstolo: Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz (Ef 5,8). E noutra passagem: Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas (1Ts 5,5).
            Com razão diz também São João numa epístola sua: Deus é luz (1Jo 1,5); e quem permanece em Deus está na luz, da mesma forma como ele próprio está na luz. Portanto, uma vez que temos a felicidade de estar libertos das trevas do erro, devemos caminhar sempre na luz, como filhos da luz. A esse propósito, diz ainda o Apóstolo: Vós brilhais como astros no universo. Conservai com firmeza a palavra da vida (Fl 1,15-16). Se não procedemos assim, ocultaremos e obscureceremos com o véu da nossa infidelidade, para prejuízo tanto nosso como dos outros, uma luz tão útil e necessária.
            Eis o motivo por que incorreu em merecido castigo aquele servo que, recebendo o talento para dar juros no céu, preferiu escondê-lo a depositá-lo no banco.
            Assim, aquela lâmpada resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve sempre brilhar em nós. Pois temos a lâmpada dos mandamentos de Deus e da graça espiritual a que se refere Davi: Vosso mandamento é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada em meu caminho (cf. Sl 118,105). E Salomão também diz acerca dela: O preceito da lei é uma lâmpada (cf. Pr 6,23).
            Por isso, não devemos ocultar esta lâmpada da lei e da fé, mas colocá-la sempre no candelabro da Igreja para a salvação de todos. Então gozaremos da luz da própria verdade e serão iluminados todos os que creem.


Hino das Completas

Ó Cristo, dia e esplendor,
na treva o oculto aclarais.
Sois luz de luz, nós o cremos,
luz aos fiéis anunciais.


Guardai-nos, Deus, nesta noite,
velai do céu nosso sono;
em vós na paz descansemos
em um tranquilo abandono.

Se os olhos pesam de sono,
vele, fiel, nossa mente.
A vossa destra proteja
quem vos amou fielmente.

Defensor nosso, atendei-nos
freai os planos malvados.
No bem guiai vossos servos,
com vosso sangue comprados.

Ó Cristo, Rei piedoso,
a vós e ao Pai toda a glória,
com o Espírito Santo,
eterna honra e vitória. 



Hino das Vésperas



Ó Deus, autor de tudo,
que a terra e o céu guiais,
de luz vestis o dia,
à noite o sono dais.

O corpo, no repouso,
prepara-se a lutar.
As mentes já se acalmam,
se faz sereno o olhar.

Senhor, vos damos graças
no ocaso deste dia.
A noite vem caindo,
mas vosso amor nos guia.

Sonora, a voz vos louve,
vos cante o coração.
O amor vos renda amor,
e a mente, adoração.

E assim, chegando a noite,
com grande escuridão,
a fé, em meio às trevas,
espalhe o seu clarão.

Ouvi-nos, Pai piedoso,
e Filho, Sumo Bem,
com vosso Santo Espírito
reinando sempre. Amém. 

 

Recebestes de graça, dai de graça!

Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», 21

Na pessoa dos bispos, assistidos pelos presbíteros, está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo, pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai, não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices, mas antes de mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de Deus, administra continuamente aos crentes os sacramento da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua ação paternal (cf 1Cor 4,15) novos membros ao seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência, dirige e orienta o povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. [...]
Para desempenhar tão elevadas funções, os apóstolos foram enriquecidos por Cristo com uma efusão especial do Espírito Santo que sobre eles desceu (cf Act 1,8; 2,4; Jo 20,22-23), e eles mesmos transmitiram este dom do Espírito aos seus colaboradores pela imposição das mãos (cf 1Tim 4,14; 2Tim 1,6-7), o qual foi transmitido até aos nossos dias através da consagração episcopal. Ensina, porém, o sagrado Concílio que, pela consagração episcopal, se confere a plenitude do sacramento da ordem, aquela que é chamada sumo sacerdócio e suma do sagrado ministério na tradição litúrgica e nos santos padres. A consagração episcopal, juntamente com o poder de santificar, confere também os poderes de ensinar e governar, os quais, no entanto, por sua própria natureza, só podem ser exercidos em comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio episcopal. De facto, consta pela tradição [...] que a graça do Espírito Santo é conferida pela imposição das mãos e pelas palavras da consagração, e o caráter sagrado é impresso de tal modo que os bispos representam de forma eminente e conspícua o próprio Cristo, mestre, pastor e pontífice, e atuam em vez dele. Pertence aos bispos assumir novos eleitos no corpo episcopal por meio do sacramento da ordem.

Batismo de Santo Agostinho por Santo Ambrósio (pintura de Gozzoli, século XV)


sábado, 4 de junho de 2016

Por fim o meu Imaculado Coração triunfará (palavras de N. Senhora de Fátima).


Um coração igual ao Teu (Padre Fábio de Melo)

Quando alguém me ofender
Quando alguém me machucar com gesto ou palavra
Vou olhar na direção do Teu amor e dizer:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores, que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!

Quando a dor da traição, quando a cruz da solidão pesar sobre os ombros
Vou andar na direção do Teu altar e pedir:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!

Quando alguém me injustiçar
Quando me caluniar com o peso do ódio
Vou buscar a luz que nasce do Teu peito e dizer:
Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão.
Dá-me um novo coração!

Ó meu Senhor, eu quero ter um coração igual ao Teu!
Que não alimente mágoas nem rancores
Que não leve o fardo da ingratidão
Dá-me um novo coração!